EIDOLON
Para o Rafa.
Uma obscuridade natalícia acontece
nas costuras do existente, sem pausa,
acrescendo bosques invisíveis ao real
como uma maquinaria oculta de sóis
imensamente aquecidos no silêncio,
enquanto ascendemos à cosmologia
de todas as rotas olvidadas na noite,
desenhando a nossa incandescência
em miríades de estrelas abrindo-nos
a carne desde o seu explodir sereno.
Ramiro Torres nascido na Corunha, Galiza, 1973, cidade onde reside atualmente. Publicou obra em revistas como Poseidónia e Agália, participando em vários blogues coletivos e na obra coletiva Áncora no alén, com gravuras de divers@s artistas plástic@s e poemas, dedicada à figura de Urbano Lugrís, 2008. Em 2012, saiu o seu primeiro livro individual, publicado dentro do Grupo Surrealista Galego, Esplendor Arcano. Considera que o trabalho da poesia é uma parte do apuramento da condição de ser humano, na procura de contactar com o que o funda e transcende constantemente e que tão só se pode integrar desde o assombro e o intento de libertação de todo condicionamento alheio ao ser.
Rafael Xaneiro é um videomaker independente e experimental nascido em Santiago de Compostela em 1969. Desde os anos 90, desenvolve um trabalho que explora a interseção e hibridização entre o visual, o som e a poética, tecendo uma linha de pesquisa que aprofunda a busca por uma linguagem própria por meio de vários projetos individuais e coletivos. Viajou pelos EUA, Brasil, México e Europa, e atualmente reside na Galícia (Espanha).